Por Denise Lannes
publicada na Revista Em Formação – Volume 2, 2007

... alguém se dirigindo ao chefe
– O senhor é o responsável?
– Não, eu sou o culpado!
Quando tenho o poder
Sou responsável por conhecer, avaliar;
Por escolher o que fazer.
Decidir... como fazer.
Definir o resultado.
O resultado?
Mas, quando acontece de dar tudo errado?
A escolha foi mal feita;
O critério foi tendencioso;
A avaliação foi parcial;
A decisão foi equivocada;
Os resultados foram péssimos...
De quem é a responsabilidade?
De quem é a culpa?
Do funcionário? Da secretária?
Da cozinheira?
Do empreiteiro? Do ajudante?
Ora bolas, a culpa é do chefe.
– E vamos falar de culpa sem o peso do pecado. –
Se eu decido o que vai ser feito e como vai ser feito...
O resultado é decorrência...
É culpa de quem comete.
Quando acontece... o que acontece?
Na escola acontece o seguinte:
Temos o poder de escolher o que vai ser conhecido;
De como vai ser conhecido.
Temos o poder de decidir quais perguntas serão feitas
E quais respostas serão aceitas.
Temos o poder de decretar o certo e o errado;
O positivo e o negativo.
Temos o poder de decidir o que vai ser avaliado.
Quem avalia tem o poder.
Tem o poder de determinar quem é o avaliado.
Tem o poder de classificar, de hierarquizar...
O melhor e o pior.
Logo, tem o poder de castigar e recompensar.
Se eu tenho o poder de decidir o que meus alunos devem saber.
Se eu tenho o poder de decidir como eles vão fazer.
Se eu tenho o poder de decidir o que meus alunos devem pensar.
Se eu tenho o poder de decidir como eles devem se comportar…
O que acontece quando acontece de dar tudo errado?
O que acontece quando os resultados são péssimos?
De quem é a responsabilidade?
De quem é a culpa?
Do estudante!
...poder sem culpa é perversidade.
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